Stomp

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          O Stomp tem sua origem no Reino Unido, no início dos anos 90, quando uma banda inglesa misturou a música experimental e dança com a atividade teatral, criando assim performances inéditas. (The Yes/No People – London Records – onde eram conhecidos como Mr. Johnson e Some Things Are True na compilação Giant)

            O grupo tornou-se conhecido pelo nome “Stomp”, iniciou suas apresentações na cidade de Brighton, localizada na costa sul da Inglaterra, situada no condado de East Sussex, e atualmente viaja por todo o mundo fazendo shows e curiosas apresentações usando o corpo e objetos comuns para criar performances teatrais físicas percussivas.
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Este grupo denominado Stomp, já lançou músicas e estrelou comerciais de TV, inclusive a HBO também produziu um DVD, Stomp Out Loud, que mostra os membros do grupo fazendo percussão em utensílios domésticos, e até mesmo num depósito de sucata.
            O STOMP é uma vertente musical utilizada em diversos projetos sociais, basicamente, formado por instrumentos artesanais de percussão, a sua contribuição consiste em atrair as pessoas nas ruas através do som ritmado do batuque.
           
            Não há quem resista à curiosidade de assistir de perto um bom batuque, e até participar se for possível, tocando ou mesmo esboçando alguns movimentos para acompanhar o ritmo e até passos de dança.

            Nas ruas e praças públicas a ideia de inserir Stomp nas apresentações funcionou como um tipo de “alto falante” convidando as pessoas para assistirem alguma apresentação artística prestes a começar.

Além de se tratar de nome próprio do grupo inglês, palavra stomp pode se referir a um subgênero distinto de teatro físico, onde o próprio corpo incorpora-se a outros objetos como meio de produzir percussão e movimento que ecoa as danças tribais.

Traduzido para língua portugesa, Stomp, significa “batida forte de pé” ou melhor dizendo “um pisão”, inicialmente esta palavra era usada para designar o som produzido na vibração da batida de pé, este termo é semelhante a onomatopéia que encontramos entre as figuras de linguagem em nossa gramática (toc, toc,... atchim... tic, tac...).

A oficina de Stomp!

            Obs.: A oficina de Stomp não é de minha autoria, o que venho compartilhar é um modelo que executei há uns anos e estou readaptando para inserir na pastoral da criança e em uma ONG, contextualizando com o público que encontrarei por lá nas primeiras semanas de agosto; posteriormente postarei vídeos desta execução, o que segue é a minuta de um projeto que idealizo para diversos fins inclusive para uso na socioeducação.     

Existem muitas maneiras de se iniciar um grupo de Stomp, aqui vou apontar alguns passos a serem observados ao iniciar as atividades para oficina de Stomp:

1º Passo -> Elabore um Planejamento Criativo e Flexível das Atividades:

Todo trabalho desenvolvido é resultado de planejamento elaborado previamente, sempre considerando a possibilidade de alterações e ajustes para adequação da programação, o planejamento deverá ser flexível.

Para o planejamento básico das atividades, quer seja durante a oficina ou atividades esporádicas deve-se observar basicamente a seguinte ordem no planejamento:

Item
Atividade
Objetivo
1
Quantidade e perfil (idade e formação) dos participantes
Determinar quantidade de materiais e instrumentos necessários
2
Elaborar lista de materiais necessários
Preparar com antecedência e acrescentar alguns materiais para reposição e manutenção (veja a lista básica)
3
Escolher um repertório e performance de apresentação
Considerar o tempo de apresentação e quantidade de ritmos, bem como estabelecer entrada e saída de palco, etc
4
Iniciar as oficinas com dinâmica de apresentação (quebra-gelo), estabelecer as regras e diretrizes.
No primeiro momento deve-se buscar a inteiração e integração entre o grupo e apresentação das regras e objetivos do trabalho
5
Praticar exercícios básicos de musicalização
Possibilitar ao participante a percepção rítmica e noções de percussão musical
6
Criar, fabricar, pintar e ornamentar os instrumentos musicais.
Permitir que cada participante pudesse fabricar seu o próprio instrumento a fim estimular o senso criativo
7
Ensaiar e praticar o repertório e performance
A repetição ajuda guardar a sequência e corrigir eventuais erros
8
Adequação e adaptação da equipe, remanejamento de função dos participantes.
Verificar se cada participante consegue se adaptar e desenvolver outras funções na equipe, estimular a versatilidade.
9
Ensaio geral de limpeza e ajustes finais
Cronometrar o tempo de apresentação e encaixar as montagens de cenas, inclusive efetuar ajustes e cortes.
10
Determinar traje uniforme para equipe
Adequar o visual à apresentação e ocasião
* Observação: planejamento sujeito a alterações e adequações conforme as necessidades.

2º Passo -> Estabeleça regras para o grupo:

Sempre é importante, logo no início estabelecer as regras para o grupo, de forma dinâmica que permita estimular a participação do grupo e memorização, neste caso, para nossa equipe foi desenvolvido o acróstico:

A.C.R.E.DI.TE.

A
Atenção
Não é possível desenvolver este trabalho sem atenção da equipe e individualmente de cada membro
C
Concentração
Cada participante deverá se concentrar na tarefa a ser realizada de maneira que se evite repetição desnecessária
R
Respeito
Com o colega e com o líder da oficina, principalmente apoiando cada um buscando interagir com o grupo, respeitando as limitações individuais.
E
Entusiasmo
As apresentações e ensaios devem ser pautados no entusiasmo que é uma das formas visíveis de expressão, demonstrando animação.
DI
Disciplina
A participação e performance em grupo exigem trabalho em equipe e esforço coletivo, portanto é preciso observar as regras.
TE
Testemunho
Acima de tudo, nossa atitude e comportamento falam mais alto do que nosso batuque, o testemunho é uma pregação sem palavras.


3º Passo ->  Pratique os exercícios preparatórios:

            Para o bom desempenho e rápido aprendizado será preciso praticar alguns exercícios de aquecimento, integração e também para desinibir os participantes, o objetivo destes exercícios é preparar cada participante e auxiliar no desenvolvimento das qualidades indispensáveis para esta atividade:

1
Confiança e Respeito
Venda para olhos
2
Didática e Aquecimento
Espaço amplo
3
Fome come
Latinhas de refrigerante vazias
4
Punhos na mesa
Mesas e cadeiras
5
Jogo de roda (percussão corporal)
Espaço amplo
6
Criatividade
Garrafa PET
7
Despertando o corpo
Espaço amplo
8
Dinâmica das algemas
Cordões para amarrar os pulsos
9
Tempo, contratempo e andamento.
Objetos diversos

            A equipe poderá planejar a aplicação de variação e adaptação destes exercícios ou desenvolver novos exercícios de acordo com a necessidade do grupo, levando em conta a idade dos participantes, os recursos disponíveis e o tempo hábil para realização das oficinas.
           
4º Passo -> Organize o material de apoio e referência:

Para facilitar a realização da oficina de Stomp, é preciso preparar um portifolio com os materiais de apoio tais como vídeos de performances e protótipos de instrumentos musicais a serem criados nas oficinas.

Grande parte deste material está disponível na Internet, devendo assim baixar os vídeos com antecedência a será exibido no início das oficinas a fim de servir de referência para os participantes.

O objetivo de organizar este material de apoio é buscar novas ideias e também servir de exemplo e mostrar para cada participante as os diferentes estilos de performance de stomp.

existem varias sugestões no youtobe

5º Passo -> Criar e Fabricar instrumentos de sucata e material reciclado:

            Neste ponto, deve-se iniciar o laboratório de criação dos instrumentos a partir de sucata e material reciclado, considerando uma lista básica de materiais, observe o exemplo a seguir:

            Os modelos básicos que utilizamos nas oficinas de stomp são fabricados a partir desta lista, mas nada impede o participante ou monitor de inovar, adaptar ou melhorar cada instrumento.

6º Passo -> Testar os instrumentos e Dividir os naipes:

            Cada instrumento fabricado possui um som característico conforme o timbre do material utilizado na fabricação, assim podemos classificar os instrumentos da seguinte forma:

Considerando uma oficina para 10 participantes com idade a partir de 12 anos

Quant.
Material
Observação
24
Garrafa PET
Todas garrafas com tampa (12 pares)
20
Latas de leite é pó
Sem tampa do mesmo tamanho
06
Latas Nescau power
Lata retorcida para chocalho de arroz ou feijão (alternativamente usar miçanga)
08
Latas de tinta (quadrada)
Latas abertas (tinta ou massa corrida)
04
Cabos de vassoura
Cortar em pedaços iguais de 40cm cada (6 pares de baquetas)
20m
Cordas ou tiras de tecido e espuma p/ proteção
Cortar em pedaços 2m por pessoa (talabartes para suporte)
01
Outros materiais
Durex colorido, tesouras, fita adesiva, tinta spray, apito, ferramentas para perfurar latas

a)     Instrumentos rítmicos, harmônicos ou melódicos.
b)    Instrumentos de timbre: grave, médio ou agudo.
c)     Instrumentos convencionais ou fabricados a partir de sucata e material reciclado.

            O objetivo de dividir os instrumentos por naipes é equilibrar o repertório, assim pode se usar tambores, latas, garrafa pet, bastões de madeira e muitos outros materiais, a fim de combinar com o estilo de repertorio musical adotado, será preciso ter alguma noção de musicalização para dividir melhor está composição de naipes.

7º Passo -> Criar um repertório básico e Desenvolver uma performance:

            Depois de fabricado e testados os instrumentos deve-se criar um repertório com ritmos básicos seguidos de uma performance de apresentação, para que isso ocorra, é sempre importante considerar a ocasião, e o tipo de público alvo.

            Geralmente, as apresentações nas ruas são assistidas por público misto de leigos e eruditos, jovens e idosos, homens e mulheres, trabalhadores ou desocupados, que podem ser atraídos ou não de acordo com a performance de apresentação e repertório escolhido.

            Assim, é interessante adotar um estilo eclético que permite misturar ritmos regionais e urbanos, tradicionais e modernos de forma que agrade o maior número possível de pessoas, já que o objetivo é atrair e não afastar as pessoas.

                  Neste caso, faremos algumas sugestões de ritmos e estilos musicais bem populares para compor um repertório básico de apresentação a seguir:

a)     Funk carioca / funk americano (hip hop)
b)    Samba (enredo) e pagode
c)     Regionais (baião) e axé (afro)
d)    Marchas e outros ritmos mistos modernos

            O objetivo de se criar uma performance com movimentos de apresentação é dinamizar a apresentação com coreografias de maneira que empolgue o público a dançar e acompanhar o ritmo executado.

            Deve-se buscar o feeling musical de cada participante para criar a performance, mas sempre se observando que a boa execução, com animação, poderá transmitir entusiasmo e sentimento de alegria para os espectadores.

            Alguns exercícios no período de preparação poderão auxiliar na marcação de movimentos e execução da performance, combinando o tempo, contratempo e marca passo.

            Depois de elaborado todo o trabalho, chega o momento de “costurar”, ou seja, definir como adaptar as cenas encaixando cada performance, conforme a logística, espaço físico, público, material e tempo disponível para apresentação.

            Durante ao período prático, a manutenção dos instrumentos deverá ser feita ao final de cada dia de apresentação.

            Cada participante deve ser responsável por seu equipamento e instrumento, principalmente porque nas ruas, muitas pessoas querem batucar também, e isto pode ser uma forma de aproximação, mas deve-se zelar para evitar a perda ou avarias nos instrumentos.

            O resultado do trabalho será magnífico desde que se observe com diligencia e disciplina as regras básicas estabelecidas, traduzidas na palavra ACREDITE.

            Assim devemos buscar um equilíbrio entre a rigidez do sincronismo exigida pelas apresentações, com a descontração, animação e o entusiasmo.

            Aos interessados em fazer parceria estou à disposição, e os grupos que desejam desenvolver o projeto estarei lisonjeado em apresentar completo e ministrar essa oficina.   


Aguardo pelo seu comentário / ideia / experiência ou simplesmente uma observação.

E também se quiser compartilhar comigo algum artigo, livro, filme, série ou música que possam nos ajudar na caminhada, ficarei muito feliz em podermos conversar e trocar experiências!

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