O jovem no Brasil nunca é levado a sério

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           A Constituição Federal determina, em seu artigo 227, que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar os direitos da criança e do adolescente com absoluta prioridade. A criança e o adolescente são definidos pelo Estatuto como sujeitos de direito em desenvolvimento, com necessidades peculiares e que requerem proteção integral.
Direitos de que trata o Art. 4º do ECA
   “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos...” ligados à:
Sobrevivência: Vida, Saúde, Alimentação.
Ao Desenvolvimento Pessoal e Social: Educação, Cultura, Lazer, Profissionalização.
Integridade Física, Psicológica e Moral: Dignidade, Respeito, Liberdade, Convivência Familiar e Comunitária.

Com isso lhes trago a reflexão da música Não é Sério (Charlie Brown Jr & Negra Li) 2011.


Letra: Chorão, Champignon, Pelado, e Negra Li.

Não é Sério é o segundo single do álbum Nadando com os Tubarões, da banda de Santos Charlie Brown Jr, a música, que traz uma forte crítica à maneira como a mídia retrata os jovens, tendo em vista os problemas do nosso país. A vulnerabilidade financeira, o abuso do trabalho infantil, e o mínimo investimento da educação.

Destaques da letra por minha intrepretação:
 
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Retrata a representação social dos adolescentes, que é alvo constante da grande mídia que faz uso abusivo da superexposição com finalidade de atrair leitores / espectadores a fim de angariar audiência, sem dimensionar que leva estes para discussões sem fundamento constitucional, como a redução maioridade penal, tirando o foco de outras questões mais urgentes, como os diversos tipos de desigualdades sociais e setoriais que atingem a grande massa da população, e ainda a indignação da falta de participação ou voz nestes noticiários midiáticos.
Sempre quis falar Nunca tive chance, Tudo que eu queria Estava fora do meu alcance Sim, já, Já faz um tempo Mas eu gosto de lembrar, Cada um, cada um Cada lugar, um lugar Eu sei como é difícil Eu sei como é difícil acreditar
Fala sobre a negligencia por parte dos entes em seu processo evolutivo, e a consequência desta estrutura de sociedade, que obedece a lógica do capital, tendo hoje vários questionamentos que giram em torno dos adolescentes que cometem ato infracional, sem distinguir a singularidade entre os adolescentes, mas o que levaria estes adolescentes a adentrarem o mundo crime? Que condição de vida está sendo oferecida a eles no seio familiar que os levam ao crime? Quais as posturas do Estado e da sociedade em relação a esses adolescentes?     
Mas essas coisas um dia vai mudar, Se não mudar, pra onde vou Não cansado de tentar de novo, Passa a bola, eu jogo o jogo
Expressa a força e perseverança na mudança de sua perspectiva, mesmo que necessite submeter as situações avessas a sua vontade.       
A polícia diz que já causei muito distúrbio, O repórter quer saber porque eu me drogo, O que é que eu uso, Eu também senti a dor, E disso tudo eu fiz a rima Agora tô por conta, Pode crer que eu tô no clima... segue a rima
Critica a culpadilização do adolescente por parte das abordagens de forma ostensiva para controle da ordem, e a dor de não conseguir enfrentar seus dilemas e confusões internas, fazendo-o consumir drogas como fuga ou alivio da dor imediata.  
Revolução na sua mente você pode você faz, Quem sabe mesmo é quem sabe mais
Por muito tempo antes do ECA os adolescentes, foram submetidos a medidas de caráter exclusivamente punitivo, no qual ele era visto como único responsável pela sua condição. O ECA, em seu conteúdo inovador traz a proposta de valorização da criança e do adolescente, estabelecendo um tratamento diferenciado aos atos de crime cometidos por estes, nos quais, não predominam somente o aspecto coercitivo, como no antigo código de menores, mas considera os adolescentes autores de ato infracional, um fenômeno resultante da estrutura de classes, entendendo a adolescência como uma fase cheia de conflitos na vida do homem mas passível a transformação, por meio da inclusão social,  em uma proposta pedagógica competente, que fortaleça os laços e os vínculos familiares e a convivência comunitária, reafirmando valores ético-sociais à formação da cidadania.     
O que eu consigo ver é só um terço do problema, É o Sistema que tem que mudar, Não se pode parar de lutar, Senão não muda, A Juventude tem que estar a fim, Tem que se unir...
      Fala sobre a falta de informação, e as deficiências de acesso do sistema (Governanças/Catalismo), onde só por meio das lutas (sendo essas históricas) conseguem alguma visibilidade.         
O abuso do trabalho infantil, a ignorância, Só faz destruir a esperança, Na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, deixa ele viver! É o que liga
          Denuncia a violação de direitos que não é notícia na TV, por conta da vulnerabilidade financeira e o Estado que se exime de sua parcela na educação básica de qualidade, que contemple a todos faz com que cada vez mais alimente o trabalho infantil;    talvez análise do sistema em que vivemos possa ajudar a dar respostas de que tipo de sociedade estamos construindo quando todos os dias reforçamos a reprodução deste padrão de relações de desigualdade social, manifestos pela discriminação e o rótulo de “menor”, “pivete” ou “marginal”. Vale ressaltar que eles nada mais são do que fruto desta mesma sociedade que esperançosa pede um mundo melhor.

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