É fruto da minha pesquisa de mestrado. Esse tema passou a ser parte do meu cotidiano, pois na época em que os primeiros protestos ocorreram eu estava atuando como servidor no município de Marituba, então acompanhei de perto as reclamações dos munícipes em relação a qualidade da água, do ar, e de mudanças das relações socioeconômicas, principalmente aqueles que residem próximo ao aterro, que posteriormente se tornariam público-alvo da minha pesquisa.
Tal situação me colocou diante da necessidade de realizar um estudo mais aprofundado quanto aos reais impactos que a população estaria sofrendo diante da implantação do aterro no município de Marituba, já que havia muitas polêmicas quanto às irregularidades no processo de sua implantação e operação.
Como resultado foi possível constatar, que não tão diferente da implantação de outros empreendimentos, foi desconsiderando uma série de questões socioambientais, entre elas: a participação ativa da população no entendimento do projeto e seus impactos; a escolha do local para a instalação do aterro que atualmente está situado dentro de uma reserva de proteção silvestre; ainda quanto ao local onde foi implantado o aterro, constatou-se é um ponto onde existe crescente adensamento populacional desordenado.
Entre os impactos, os dados levantados apontaram que a população de Marituba, mas principalmente a do entorno, sofreram com questões de saúde (doenças de pele e respiratória), questões econômicas, sociais e no setor imobiliário, todas questões relacionadas aos efeitos negativos que o aterro gerou na dimensão ambiental (qualidade da água, do ar e da terra).
Ademais, a pesquisa tinha por objetivo contribuir com subsídio científico para população de Marituba na luta em suas demandas, bem como, trazer apontamentos para gestão pública do referido município quanto as lacunas no processo da implantação de empreendimentos dessa natureza.
0 comentários
Postar um comentário