Na introdução do livro a autora irá fazer uma análise dos tempos atuais, focalizando o serviço social dentro deste contexto. Num primeiro ângulo demonstrando que há um momento de desafios, onde não há facilidades, porém não podemos deixar de lutar por nossos sonhos.
Os assistentes sociais são desafiados neste tempo de divisas, de gente cortada em suas possibilidades de trabalho e de obter seus meios de sobrevivência, ameaçada na própria vida. (p.18).
Pensar o serviço social na contemporaneidade requer os olhos abertos para o mundo contemporâneo para decifra-lo e participar da sua recriação. (p.19)
Premissa
O
atual quadro sócio-histórico não se reduz a um pano de fundo para que se possa,
depois, discutir o trabalho profissional. Ele atravessa e conforma o cotidiano
do exercício profissional do assistente social, afetando as suas condições e
relações de trabalho, assim como as condições de vida da população usuária dos
serviços sociais. (p.19)
Pressupostos
É
necessário romper com uma visão endógena, focalista, uma visão de dentro do
serviço social. Necessário extrapolar o serviço social para melhor apreende-lo
na história da sociedade da qual ele é parte e expressão. Um dos maiores
desafios enfrentados pelos assistentes sociais na atualidade: decifrar a
realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e
efetivar, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um
profissional propositivo e não só executivo. (p.20), Olhar para fora do serviço
social é condição para se romper tanto com uma visão rotineira, reiterativa e
burocrática do serviço social, que impede vislumbrar possibilidades inovadoras
para a ação, quanto com uma visão ilusória e desfocada da realidade, que conduz
a ações inócuas. Ambas têm um ponto em comum: estão de costas para a história,
para os processos sociais contemporâneos. (p.22), entender a profissão hoje
como um tipo de trabalho na sociedade. A abordagem do serviço social como
trabalho supõe apreender a chamada prática profissional profundamente
condicionada pelas relações entre o Estado e a Sociedade Civil, ou seja, pelas
relações entre as classes na sociedade, rompendo com a endogenia do serviço
social. O processo de compra e venda da força de trabalho especializada em
troca de um salário faz com que o serviço social ingresse no universo da
mercantilização, no universo do valor. A profissão é socialmente necessária,
tem um valor de uso, uma utilidade social. (p.22),
Tratar
o serviço social como trabalho supõe privilegiar a produção e a reprodução da
vida social, como determinantes na constituição da materialidade e da
subjetividade das classes que vivem do trabalho, nos termos de Antunes. Quando
se fala em produção/reprodução da vida social não se abrange apenas a dimensão
econômica, mas a reprodução das relações sociais de indivíduos, grupos e
classes sociais. Abrange também as formas de pensar, isto é, as formas de
consciência, através das quais se apreende a vida social. (p.25)
Em
síntese, o serviço social é considerado como uma especialização do trabalho e a
atuação do assistente social uma manifestação de seu trabalho, inscrito no
âmbito da produção e reprodução da vida social. Esse rumo da análise recusa
visões unilaterais, que apreendem dimensões isoladas da realidade, sejam elas
de cunho economicista, politicista ou culturalista. A preocupação é afirmar a
óptica da totalidade na apreensão da dinâmica da vida social. (p.27)
Questão social e serviço social
O
serviço social tem na questão social a base de sua fundação como especialização
do trabalho. Questão social apreendida como o conjunto das expressões das
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a
produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente
social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada
por uma parte da sociedade. (p.27)
Questão
social que, sendo desigualdade é também rebeldia, porem envolver sujeitos que
vivenciam as desigualdades e a elas resistem e se opõem. É nesta tensão entre
produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham
os assistentes sociais, situados nesse terreno movidos por interesses
distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida
em sociedade. Por isto, decifrar as novas mediações por meio das quais se
expressa a questão social, hoje, é de fundamental importância para o Serviço
Social em uma dupla perspectiva: para que se possa tanto apreender as várias
expressões que assumem, na atualidade, as desigualdades sociais, quanto
projetar e forjar formas de resistência e de defesa da vida. (p.28)
As
transformações no mundo do trabalho vêm acompanhadas de profundas mudanças da
esfera do Estado, consubstanciadas na reforma do Estado, exigida pelas
políticas de ajuste, tal como recomendadas pelo consenso de Washington. Em
função da crise fiscal do Estado em um contexto recessivo, são reduzidas as
possibilidades de financiamento dos serviços públicos; ao mesmo tempo,
preceitua-se o enxugamento dos gastos governamentais, segundo os parâmetros
neoliberais. (p.34)
As
repercussões da proposta neoliberal no campo das políticas sociais são nítidas,
tornando-se cada vez mais focalizadas, mas descentralizadas, mais privatizadas.
Presencia-se a desorganização e destruição dos serviços sociais públicos.
(p.36)
Tais
indicações apontam para que a reflexão contemporânea sobre o trabalho
profissional tome, com urgência, um banho de realidade brasileira, munindo-se
de dados, informações e indicadores que possibilitem identificar as expressões
particulares da questão social, assim como os processos sociais que as
reproduzem. (p.37)
As mudanças no mercado profissional
de trabalho
Esse
processo desafia todos os cidadãos e, em especial, os assistentes sociais,
repercutindo no mercado de trabalho especializado. A retração do Estado em suas
responsabilidades e ações no campo social manifesta-se na compressão das verbas
orçamentárias e no deterioramento da prestação de serviços sociais públicos.
Vem implicando uma transferência, para a sociedade civil, de parcela das iniciativas
para o atendimento das sequelas da questão social, o que gera significativas
alterações no mercado profissional de trabalho, com a refilantropização social.
Não se trata de um ressurgimento da velha filantropia, do século XIX. O que se
presencia é filantropia do grande capital, resultante de um amplo processo de
privatização dos serviços públicos. (p.42)
Todo
esse processo vem repercutindo no mercado de trabalho do assistente social.
Cresce a atuação do Serviço Social na área dos recursos humanos, na criação dos
comportamentos produtivos favoráveis para a força de trabalho, também
denominado de clima social. Ampliam-se as demandas ao nível da atuação nos
círculos de controle da qualidade, nos programas de qualidade total. (p.47)
O
que tais alterações trazem de novo? O Serviço Social sempre foi chamado pelas
empresas para eliminar focos de tensões sociais, criar um comportamento
produtivo da força de trabalho, contribuindo para reduzir o absenteísmo,
viabilizar benefícios sociais, atuar em relações humanas na esfera do trabalho.
Embora essas demandas fundamentais se mantenham, elas ocorrem hoje sob novas
condições sociais e, portanto, com novas mediações. Assim, os chamamentos à
participação, o discurso da qualidade, da parceria, e cooperação são acompanhados
pelo discurso de valorização do trabalhador. Para assegurar a qualidade do
produto é necessário a adesão do trabalhador às metas empresariais da produtividade,
da competitividade. (p.47)
O ensino em Serviço Social e a
construção de um projeto profissional nas décadas de 1980/90
A
década de 80 foi fértil na definição de rumos técnico-acadêmicos e políticos
para o Serviço Social. Hoje existe um projeto profissional, que aglutina
segmentos significativos de assistentes sociais no país, amplamente discutido e
coletivamente construído ao longo das duas últimas décadas. As diretrizes
norteadoras desse projeto se desdobraram no código de ética profissional doassistente social, de 1993, na lei da regulamentação da profissão de Serviço
Social e hoje, na nova proposta de diretrizes gerais para o curso de Serviço
Social.
Esse
projeto de profissão e de formação profissional, hoje hegemônico, é
historicamente datado. É fruto e expressão de um amplo movimento da sociedade
civil desde a crise da ditadura, afirmou o protagonismo dos sujeitos sociais na
luta pela democratização da sociedade brasileira. Foi no contexto de ascensão
dos movimentos sociais, das mobilizações em torno da elaboração e aprovação da
Constituição de 88, das pressões populares que resultaram no afastamento do
Presidente Collor, que os assistentes sociais foram sendo questionados pela
prática política de diferentes segmentos da sociedade civil. E os assistentes
sociais não ficaram a reboque desses acontecimentos. Ao contrário, tornaram-se
um dos seus co-autores, co-participantes desse processo de lutas democráticas
na sociedade brasileira. Encontra-se aí a base social da reorientação da
profissão nos anos 80. O Serviço Social deu um salto de qualidade em sua
autoqualificação na sociedade e a relação do debate atual com esse longo
trajeto é uma relação de continuidade e de ruptura. (p.50).
Impasses profissionais na atualidade
O
famoso distanciamento entre trabalho intelectual, de cunho
teórico-metodológico, e o exercício da prática profissional cotidiana, ou seja,
a defasagem entre as bases de fundamentação teórica da profissão e o trabalho
de campo; a construção de estratégias técnico-operativas para o exercício da
profissão, ou seja, preencher o campo de mediações entre as bases teóricas já
acumuladas e a operatividade do trabalho profissional.
O
caminho para a ultrapassagem desses impasses parece estar, por um lado, no
cultivo de um trato teórico-metodológico rigoroso, mas a ele aliado, um atento
acompanhamento histórico da dinâmica da sociedade. (p.52)
O
grande desafio na atualidade é, pois, transitar da bagagem teórica acumulada ao
enraizamento da profissão na realidade, atribuindo, ao mesmo tempo, uma maior
atenção às estratégias, táticas e técnicas do trabalho profissional, em função
das particularidades dos temas que são objetos de estudo e ação do assistente
social. (p.52)
Três
armadilhas da profissão nos últimos anos:
Teoricismo:
O equívoco foi pensar que a apropriação teórico-metodológica no campo das
grandes matrizes do pensamento social garantiria a descoberta de novos caminhos
para o exercício profissional. Na verdade, seria mais apropriado pensar que a
busca de novos caminhos passaria por uma apropriação mais rigorosa da base
teórico-metodológica, mas não se reduziria a ela;
Politicismo:
O equívoco foi pensar que o engajamento político nos movimentos organizados da
sociedade e nas instâncias de representação da categoria garantiria a
intervenção profissional articulada aos interesses dos setores majoritários da
sociedade. Mais apropriado seria reconhecer a dimensão política da profissão e
as suas implicações mais além do campo estrito da ação profissional, pensada a
partir da inserção nos movimentos organizados da sociedade;
Tecnicismo:
O equívoco foi pensar que o mero aperfeiçoamento técnico-operativo garante uma
inserção qualificada do assistente social no mercado de trabalho. Mais
apropriado seria considerar este aperfeiçoamento como um dos elementos exigidos
para a qualificação profissional.
Cada
elemento original contido naquelas afirmativas: teórico-metodológico,
ético-político e técnico- operativo são fundamentais e complementares entre si.
(p.53)
Desafio:
Articular a profissão e a realidade já que o Serviço Social não atua apenas
sobre a realidade, mas atua na realidade. Neste sentido, o que se reivindica é
que a pesquisa se afirme como uma dimensão integrante do exercício
profissional, visto ser uma condição para se formular respostas capazes de
impulsionar a formulação de propostas profissionais que tenham efetividade e permitam
atribuir materialidade aos princípios ético-políticos norteadores do projeto
profissional. (p.56)
A prática como trabalho e a inserção
do assistente social em processos de trabalho
Proposta
curricular atual contém dois elementos que representam uma ruptura com a
concepção dos anos 80: Considera a questão social como base de fundamentação
sócio-histórica do Serviço Social, apreende a prática profissional como
trabalho o exercício profissional inscrito em um processo de trabalho.
A
questão social deixa de ser considerada apenas como desigualdade social entre
pobres e ricos, passando a considerar as particulares formas de luta, de
resistência material e simbólica acionadas pelos indivíduos sociais à questão
social. (p.59)
A
análise da prática do assistente social como trabalho, integrado em um processo
de trabalho permite mediatizar a interconexão entre o exercício do Serviço
Social e a prática da sociedade. Sendo o trabalho uma atividade
prático-concreta e não só espiritual, opera mudanças tanto na matéria ou no
objeto a ser transformado, quanto no sujeito, na subjetividade dos indivíduos,
pois permite descobrir novas capacidades e qualidades humanas. (p.60)
Todo
processo de trabalho implica uma matéria-prima ou objeto sobre o qual incide a
ação; meios ou instrumentos de trabalho que potenciam a ação do sujeito sobre o
objeto; e a própria atividade, ou seja, o trabalho direcionado a um fim, que
resulta em um produto. (p.61)
O
objeto de trabalho ou a matéria-prima do Serviço Social são as expressões da
questão social; o conhecimento é o meio de trabalho, ou seja, as bases
teórico-metodológicas são recursos essenciais que o assistente social aciona
para exercer o seu trabalho, o conjunto de conhecimentos e habilidades
adquiridos pelo assistente social ao longo de seu processo formativo são parte
do acervo de seus meios de trabalho. (p.63)
O
Assistente Social não detém todos os meios necessários para a efetivação de seu
trabalho: financeiros, técnicos e humanos necessários ao exercício profissional
autônomo. Ainda que disponha de relativa autonomia na efetiva cão de seu
trabalho, o Assistente Social depende, na organização da atividade, das
instituições que o contratam. Portanto, a instituição não é um condicionante a
mais do trabalho do Assistente Social, ou um obstáculo. Ela organiza o processo
de trabalho do qual ele participa. (p.63)
O
Serviço Social é socialmente necessário porque ele atua sobre questões que
dizem respeito a sobrevivência social e material dos setores majoritários da
população trabalhadora. Tem uma objetividade que não é material, mas é social.
(p.67)
O
Serviço Social é um trabalho especializado, expresso sob a forma de serviços,
que tem produtos: interfere na reprodução material da força de trabalho e no
processo de reprodução sociopolítica ou ídeo-política dos indivíduos sociais.
(p.69)
As novas diretrizes curriculares
A
proposta de currículo encontra-se estruturada a partir de três núcleos
temáticos...
Fundamentos teórico-metodológicos
da vida social: compreende um acervo de temas que
permite fornecer bases para a compreensão da dinâmica de vida social na
sociedade burguesa;
Fundamentos da
particularidade da formação sócio-histórica da sociedade brasileira:
compreende elementos que permitam apreensão da produção e reprodução da questão
social e as várias faces que assume nessa sociedade;
Fundamentos do trabalho
profissional: compreende todos os elementos
constitutivos do Serviço Social como uma especialização do trabalho. (p.72)
Esses
três núcleos não representam uma sequência evolutiva ou uma hierarquia de
matérias, são níveis distintos e complementares de conhecimentos necessários à
atuação profissional. (p.73)
Rumos ético-políticos do trabalho
profissional
O
Serviço Social nos anos 80 teve os olhos mais voltados para o Estado e menos
para a sociedade, mais para as políticas sociais e menos para os sujeitos com
quem trabalha, o modo e as condições de vida. (p.75)
O
código de ética nos indica um rumo ético-político, um horizonte para o
exercício profissional. O desafio é a materialização dos princípios éticos na
cotidianidade do trabalho, evitando que se transformem em indicativos
abstratos. (p.77)
O
debate contemporâneo da reconceituação do Serviço Social: ampliação e
aprofundamento do marxismo
Se
a descoberta do marxismo pelo Serviço Social latino-americano contribuiu
decisivamente para um processo de ruptura teórica e prática com a tradição
profissional, as formas pelas quais se deu aquela aproximação do Serviço Social
com o amplo e heterogêneo universo marxista foram também responsáveis por inúmeros
equívocos e impasses de ordem teórica, política e profissional cujas refrações
até hoje se fazem presentes. (p.210)
O
primeiro equívoco se deu a partir do fato de que o encontro do Serviço Social
com a perspectiva crítico-dialética deu-se por meio do filtro da prática
político-partidária, fazendo com que muitas inquietudes da militância fossem
transferidas para a prática profissional. (p.210)
Outro
equívoco foi que a aproximação do Serviço Social com a tradição marxista, não
se deu através da consulta aos clássicos. Foi uma aproximação a um marxismo sem
Marx, resultando numa invasão às ocultas, do positivismo no discurso marxista
do Serviço Social. (p.211)
O
resultado é o dilema até hoje presente na profissão: o fatalismo e o
messianismo. O primeiro naturaliza a vida social e compreende a profissão como
totalmente atrelada às malhas do poder, entendido como monolítico, o que
resulta numa prática de subjugação do profissional ao instituído; o segundo,
privilegia os propósitos do profissional individual, resultando num
voluntarismo. (p.213)
O
enfrentamento com a herança da reconceituação vai dar-se tardiamente no Brasil,
no bojo da crise da ditadura, quando o próprio revigoramento da sociedade civil
faz com que se rompam as amarras do silêncio e do alheamento político forçado.
O debate brasileiro contemporâneo e a
tradição marxista
Se
a reconceituação viabilizou a primeira aproximação do Serviço Social com o
marxismo por rotas tortuosas, o primeiro encontro do Serviço Social com a obra
marxiana, dela decorrendo explícitas derivações para a análise do Serviço
Social, deu-se no Brasil, apenas na década de 80. Tratou-se de um encontro de
nova qualidade com a tradição marxista. (p.234)
Os
eixos do debate do Serviço Social na década de 80 no campo da tradição marxista
giravam em torno de dois temas:
a
crítica teórico-metodológica tanto do conservadorismo como do marxismo vulgar,
colocando a polêmica em torno das relações entre teoria, história e método, com
claras derivações no âmbito da formação profissional;
a
construção da análise da trajetória histórica do Serviço Social no Brasil.
(p.236)
Avanços
do debate brasileiro, do ponto de vista teórico-metodológico nos anos 80, em
relação ao legado do movimento de reconceituação:
Avança
da negação e denúncia do tradicionalismo ao enfrentamento efetivo de seus
dilemas e impasses teórico-práticos;
O
metodologismo à inserção da polêmica teórico-metodológica no Serviço Social nos
principais marcos do pensamento social contemporâneo;
A
apologética no trato do marxismo no Serviço Social ao debate clássico
contemporâneo dessa tradição intelectual;
Do
ativismo político-profissional à criação de condições acadêmicas e
socioprofissionais que propiciaram maior solidez a práticas renovadoras
inscritas no mercado de trabalho dos assistentes sociais;
O
ecletismo ao pluralismo; de uma abordagem generalista sobre a América Latina a
ensaios históricos sobre o Serviço Social em diferentes momentos conjunturais
da formação social no país, ampliando as possibilidades de análise da profissão
na história brasileira; (p.236)
Ressalta-se
o avanço que o debate contemporâneo vem apresentando ante o tradicionalismo
profissional – presidido pela ideologia do mando e do favor no trato da coisa
pública, metamorfoseando o cidadão em súdito do Estado; avanço também em
relação ao legado da reconceituação. Esta, retraduzindo os objetivos
profissionais em organização, capacitação e conscientização dos oprimidos tendo
como alvo a transformação social, não considerou, em suas análises, as
mediações históricas e teóricas que possibilitassem articular os propósitos
profissionais às conjunturas nacionais particulares e, em especial, ao mercado
de trabalho. (p.240)
Concluímos,
que o objetivo da autora é mostrar por meio dos desdobramentos históricos,
focalizando os anos contemporâneos, que os desafios do serviço social estão
centrados a partir das questões que envolvem a sociedade atual.
Podemos
conhecer um pouco sobre o mercado de trabalho e podemos refletir a intervenção
profissionais, disponíveis a mudanças. Com base teórica dos pressupostos para
uma análise da profissão, que são de fundamental importância para um futuro
amadurecimento como profissionais cientes de que não somos detectores, mas sim
que somos agentes capacitadores capazes de impulsionar as mudanças sociais.
Onde devemos ser cautelosos e disponíveis ao novo.
A
leitura do texto é indicada a todos aqueles que estão começando a se inserir na
profissão, e que já tenham, nem que pequena, mas uma base teórica de história
social e do capitalismo como economia regente.
A
autora não dá a receita pronta para formar assistentes sociais, mas gera todo
um embasamento para a profissão, que é dinâmica e que detém todo um currículo
acadêmico para a formação deixando bem claro que serão as vivencias.
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